Filho do comerciante Caetano Isidoro da Silva e de sua mulher Emília Augusta Laymée Ferreira. Estudou na França, até que a morte de seu pai, em 1885, o obrigou a regressar a Portugal.
Depois matriculou-se no Curso Superior de Comércio. Em 1890, com 19
anos de idade, Alfredo tornou-se gestor da herança da família. Três anos
mais tarde já era administrador da Companhia Aliança Fabril (CAF) e do
Banco Lusitano. Aos 26 anos, concebeu um projecto audacioso: a fusão da
sua empresa, a CAF, com a CUF. Era uma questão de sobrevivência: ambas
as companhias tinham sérias dificuldades. A 22 de Abril de 1898 foi
formalizada a constituição da nova CUF, que doravante produzia sabões, velas e óleos vegetais, e viria a tornar-se um gigante da indústria, ao iniciar em Portugal a produção de adubos em grande escala.
Em 1907 a Companhia União Fabril estava em plena expansão e era
necessário encontrar um local para instalar novas unidades fabris.
Alfredo da Silva escolheu o Barreiro. A pequena vila à beira do Tejo
nunca mais viria a ser a mesma. De resto a empresa veio a espalhar
várias fábricas pelos país, empregando 16 mil empregados ao todo. O lema
da CUF era "O que o País não tem, a CUF cria". Ao prestígio de
Alfredo da Silva e da sua empresa não era alheio o facto de esta
oferecer excelentes condições de trabalho aos seus funcionários e às
respectivas famílias (bairros residenciais, ensino gratuito, etc.).
Alfredo da Silva foi vitima de dois atentados fracassados o que o
conduziu a exilar-se para Espanha e França gerindo a CUF à distância.
Alfredo da Silva foi eleito deputado em 1906 antes de apoiar Sidónio Pais e de conquistar um lugar na Câmara Corporativa logo em 1935. Com o auxílio da grande burguesia, opõe-se frontalmente à lei das 8 horas de trabalho. Apoiou o Estado Novo e manteve uma relação de cordialidade com Oliveira Salazar com evidentes vantagens para ambos, políticas para o ditador e empresariais para Alfredo da Silva. No ano de 1936
é adjudicada a concessão do "Estaleiro da Rocha Conde de Óbidos"
pertença da A.G.P.L. à CUF: foi a revolução da construção naval em
Portugal e o embrião da Lisnave.
Alfredo da Silva, graças ao seu poderio económico e ao sentido do
negócio podia, por vezes, interessar-se por empreendimentos diferentes
da sua mais habitual actividade industrial. Exemplo disso é a aquisição
do Cine-Teatro Éden, que nem sequer tinha a intenção de explorar como
tal, mais tarde irá vendê-lo com grande lucro.
Mas nem em tudo o empresário foi bem sucedido. Assim, existiram dois
projectos que Alfredo da Silva nunca conseguiu realizar: o primeiro
remonta ao ano de 1926, quando ele tentou avançar com a constituição da Companhia Portuguesa de Rádio Marconi, perdendo-a para terceiros. O outro caso é passado nos anos 1930 quando ele
tenta em concurso que seja arrendada à CUF a concessão da Linha de
Caminho de Ferro Sul-Sueste, pertença dos Caminhos de Ferro do Estado,
não tendo também êxito.
A 31 de Dezembro de 1932 foi feito Grã-Cruz da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial Classe Industrial e a 28 de Outubro de 1933 foi feito 47.º Sócio Honorário do Ginásio Clube Figueirense.
Vida Familiar
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Em 1894 casa-se com Maria Cristina de Resende Dias de Oliveira, filha Alfredo Dias de Oliveira e de Luisa Amélia de Resende.
Tiveram apenas uma filha, Amélia de Resende Dias de Oliveira da
Silva, que se casa com D. Manuel Augusto José de Mello, filho do Conde do Cartaxo.
Alfredo da Silva faleceu na sua casa de Sintra a 22 de Agosto de 1942, a CUF passando depois pelo comando do Grupo Mello, composto pelo seu genro Manoel de Mello e seus filhos Jorge de Mello e José de Mello.
Este são os fundadores do Grupo Mello que conta, em grande parte com a
fortuna do sogro e avô, mas conseguiram aumentá-la e consolidá-la até
ao 25 de Abril. Depois disso grande parte da fortuna do Grupo Mello foi expropriada. Hoje em dia, esta encontra-se de novo em crescimento. |
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